terça-feira, 7 de agosto de 2018

Inovação na Prática educativa

Hoje em dia o professor vive dentro do ambiente escolar uma educação que já transpassou as paredes da sala de aula. O aluno carregando sua própria bagagem e experiências passa esse conhecimento para a turma. E o professor precisa entender que já não é mais o detentor do saber, respeitando assim o esse aprendizado.
Por isso a prática educativa passa a ser para o professor um desafio a mais, pois além dos conteúdos a serem repassados, ter que seguir as propostas pedagógicas da escola, entre outros, precisa também direcionar seus alunos para um convívio mais aberto em seu  meio, estabelecendo um vínculo de carinho, amizade e principalmente de respeito.
Eu como professora, acredito que tudo que o aluno já construiu até hoje, servirá de patamar para almejar mais.
Por este motivo considero um bom profissional, aquele professor que supera desafios e incorpora em seu método de ensino a cultura de cada aluno, trabalhando de acordo com a realidade vivenciada. 

Professor autoritário!

Ao assistir o vídeo " Escolas democráticas", me chamou muito a atenção, o autoritarismo do professor, que me fez refletir e chegar a conclusão de que isso ainda é realidade em nossas escolas, e muitas vezes nos deixamos influenciar.
Cabe a nós educadores em formação nos deter apenas no que nos é acrescentado em relação as experiencias presenciadas em nossas escolas.
Acredito também que somos peças chaves para mudar esse panorama tão antigo e que ainda faz parte da nossa realidade, onde muitas vezes reflete no aprendizado do nosso aluno, pois nessas situações o professor sempre vê o aluno como o "problema", e não à sua metodologia, esse reconhecimento de nossa parte, já é um grande passo para não cometermos os mesmos erros.

E o estágio se aproxima...

Percebo que as práticas educativas que orientam o trabalho do professor é fruto das tendências pedagógicas que acompanham a educação em nosso país, que geralmente se pauta na tendência tradicionalista...
O estágio se aproximando, me pego a pensar nas questões tecnológicas, tentando buscar formas e maneiras de usá-las em sala de aula, já que é um dos pré-requisitos para o desenvolvimento do mesmo.
Na atualidade, a criança já tem um grande conhecimento sobre o assunto,  que muitas vezes nos deixa espantados, tamanho o conhecimento, por esse e vários outros motivos devo buscar inovações, ser criativa e surpreendê-los, para que meus objetivos tenham êxito.

Falando errado: corrigir ou não?

Eu, como educadora de Educação Infantil, me questiono qual o real papel do educador nesta fase, onde os "bebês", necessitam de um cuidado específico na área da construção da fala.
Devemos ter o cuidado e dizer que a criança está falando errado, pois o "falar errado" faz parte desse processo, pois através do erro se propicia novas oportunidades de aprendizagens, trazendo significações para a sua linguagem.
A capacidade de se expressar possibilita a construção entre o real e o imaginário, o concreto e o imaginário.
O professor como mediador desse processo, deve valorizar cada  passo dado rumo a um crescimento, já que são sujeitos em pleno desenvolvimento.

Curiosidade e ansiedade !

A criança, como um ser curioso, traz  consigo a ansiedade da busca de novas descobertas. E o professor deve se valer dessa qualidade. E dentro dessas características está  a necessidade de se expressar.
Presencio isso diariamente em minha sala de aula, de maternal 1, onde muitas vezes em atividades onde eles assistem um desenho de que gostam. Normalmente os maiores começam a repetir as falas e as ações dos personagens com os mais novos, essa repetição faz com que  os menores passem a compreender a linguagem e noto que passam a se expressar de forma mais clara. Aproveito este momento para incentivar ainda mais  o diálogo entre eles, estimulando ainda mais a vontade nata de se expressarem.

"Picoca"

A relação que existe entre a fala e a escrita é de extrema importância já que a criança escreve de acordo como fala, fazendo essa relação lembro de um fato ocorrido dentro da sala de aula do 1º ano quando estava trabalhando com alimentos que as crianças gostavam de comer. Foi quando um aluno escreveu a palavra " picoca" que na verdade queria dizer pipoca. Me surpreendi quando relatei o fato para sua mãe e notei que a mesma o tratava com muita infantilidade, achando " bonitinho"  o modo da criança falar. 
Isso leva a criança a cometer sérios erros e desenvolver sérias dificuldades na aprendizagem em relação a escrita.
Portanto antes de criticar a criança o professor deve considerar o meio onde esta criança está inserida, pois conforme ela fala, ela escreve e se não corrigida passa a achar que está correto.


Avaliação



Sempre em busca de inovações, o professor necessita buscar sempre algo que seja atraente, para aplicar suas aulas. Ele deve sair do padrão tradicional de classificação, onde somente o que valia era a nota final da aplicação de uma prova.
Na atualidade temos que ter a consciência de que cada um carrega consigo habilidades específicas e cabe ao professor, no momento da avaliação ter o cuidado de não cometer este erro, ela deve ser mediadora e não classificatória, sendo um processo de diagnósticos e construções.

Fórmula universal?




             Nosso ofício carrega uma longa memória...
Prefiro pensar que o aprendizado vem dos primeiros contatos e vivências dos mestres que por longos anos tivemos, desde o maternal. As lembranças dos mestres que tivemos podem ter sido nosso primeiro aprendizado como professores. Suas imagens nos acompanham como as primeiras aprendizagens. (...) Repetimos traços de nossos mestres que, por sua vez, já repetiam traços de outros mestres. Esta especificidade do processo de nossa socialização profissional nos leva a pensar em algumas marcas que carregamos. São marcas permanentes e novas, ou marcas permanentes que se renovam, que se repetem, se atualizam ou superam (Miguel Arroyo,Ofício de Mestre , 2002, p.124).
Fonte: Revista Pátio, Ano I, n° 4, fev./abri. 1998.

Em relação a este pensamento, me ponho a refletir até que ponto essas “lembranças” são norteadoras ou nos prejudicam, deixando-nos presos a uma metodologia retrógrada, não que a mesma não estivesse colaborado com o nosso processo de aprendizagem, porém estamos passando por um processo de renovação e me ponho a perguntar: Será que os novos formandos estão realmente preparados para essa missão?
Qual será o melhor trajeto para percorrer este caminho?
Será que existe uma fórmula universal, como um remédio que vem acompanhado de uma bula?  

Habilidades diferentes!


“Temos uma proposta! Você vem conosco para nosso planeta e vai criar uma escola.” 
Relembrando a aula onde criamos uma escola imaginária em outro planeta, me pego a assistir um vídeo que me remeteu a essa aula,
Onde o vídeo iniciou com vários “alunos ET’S” enfileirados repetindo exatamente o padrão que aquele mundo exigia, até que um deles, resolve fazer as coisas ao seu modo, que no seu ponto de vista, lhe era normal.
Com esta atitude ele causa espanto e vergonha a seus pais, onde os mesmos resolvem levá-lo ao “médico”, por acharem sua as atitudes anormais, ou melhor, fugindo do padrão, sem entender que na verdade
Ele teria sua individualidade, seu jeito diferente de aprender e ver as coisas com outros olhos....
Sendo isso nos deixa um exemplo ou até mesmo um cuidado que devemos ter em relação a alunos que se destacam entre outros, mostrando habilidades diferentes.
Cabe ao professor respeitar as diferenças pois cada aluno tem suas qualidades, um aprendizado mecânico não tem o mesmo significado de um aprendizado que parte da vivência da criança.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

"Bicho Papão"


Ainda hoje vemos muitos pais reclamarem do uso das TICs em sala de aula achando que seus filhos não irão prestar atenção nas aulas e ficarão somente nas redes sociais. Mas se bem orientado o uso das tecnologias pode auxiliar e muito o professor.
O uso dessas ferramentas podem trazer diversas vantagens como melhorar a interpretação das informações, aguçando a curiosidades das crianças.
Possibilita também uma discussão sobre os temas das aulas com melhores resultados pois trazem informações em tempo real e muito mais rápido, visto que a criança não tem a paciência necessária muitas vezes para fazer uma pesquisa, além da ajuda que um colega faz com o outro no momento da acessar uma página da internet por exemplo.
Hoje em dia as crianças já nascem conhecendo os aparelhos tecnológicos e ao chegar numa sala de aula podem se sentirem desanimados com os métodos mais tradicionais de ensino e o uso desses aparelhos podem deixar as aulas mais atraentes para eles que já tem acesso a essa ferramenta.
Portanto o uso das Tics em sala de aula deve deixar de ser tratada como um “bicho papão” para os professores já que acaba desenvolvendo o gosto do aluno em ir para a escola, deixando a preguiça de lado e incentivando cada vez mais o prazer de estudar.

Mudando o panorama!


Na escola que minha filha estuda alguns professores permitem o uso do celular dentro da sala de aula para fazer pesquisas. É claro que a professora fica atenta sobre o que realmente eles estão acessando. Ela tomou a decisão de deixá-los usar o telefone após ter esquecido numa explicação o nome do autor de um livro que gostaria que os alunos usassem em uma pesquisa.
Foi quando de repente um aluno levantou a voz e disse qual era a pessoa de quem estava falando. Ela impressionada perguntou como ela sabia e o menino mais que rapidamente riu e disse “internet Sora”.
A partir desse momento ela viu que se assistida pode sim fazer parte da vida dos alunos também dentro da sala de aula e que serve também de auxílio ao próprio professor.
Esse uso da Internet é bastante discutido. Na escola onde leciono, o uso do celular é proibido, assim como o acesso à internet.
Como mudar esse panorama?

Internet


Tive uma experiência em sala de aula quando ainda era aluna. Minha professora de história estava passando o conteúdo sobre a Primeira Guerra Mundial. Depois de suas explicações ela solicitou que fizéssemos um trabalho sobre o tema. Deixou livre como seria feita a apresentação com uma única exigência: para a realização do trabalho deveria ser utilizado algum tipo de tecnologia.
Fui fazer as pesquisas para a realização do trabalho e notei que cada vez que eu pesquisa algo na internet vinha algo novo, que eu ainda não sabia sobre o assunto. Percebi que dentro da sala de aula não se tem tempo suficiente para se tratar a fundo sobre questões dos temas e com o auxílio das tecnologias podemos descobrir muito mais e assim no final pude concluir bem direcionada que a internet pode ajudar e muito sobre os conteúdos e abrir um mundo maior ao nosso conhecimento.
Devemos usar essa ferramenta como auxilio em nossas aulas, sem medo, buscando cada vez mais nos aprimorar.

Aproveitando o passeio!


Outro dia me deparei com uma professora fazendo um passeio com as crianças no meio da tarde. Fiquei observando e vi que algumas mães que também passavam na hora questionaram o fato da professora ao invés de estar dentro da sala de aula estava na rua “passeando” como diziam.
Foi aí que notei que a professora enquanto caminhava com seus alunos ia fazendo perguntas sobre as placas que encontravam, como os nomes das ruas, nomes dos comércios, quantas quadras havia até tal referência, etc.
Apesar de terem sido as crianças a fazerem  o tal “passeio”, acredito ser exatamente essa a maneira de se trabalhar com os alunos da modalidade de EJA já são jovens e adultos que necessitam ter um sentido mais real de sua aprendizagem.

A Reportagem


Alguns dias atrás assistindo uma reportagem sobre alfabetização de jovens e adultos chamou-me a atenção o método trabalhado por uma professora de Santa Catarina, que teve como pedido de uma aluna para que a ajudasse a ler uma carta que acabara de receber. Partindo dessa ideia a professora resolveu trabalhar com cartas dentro da sala de aula.
A professora iniciou escrevendo no quadro uma carta com todos os dados corretos de uma correspondência, data, local, ano, enfim, tudo conforme manda a didática. Após concluir a tarefa, a professora perguntou aos alunos se os mesmos conheciam alguma palavra que estava escrita no quadro assim como outras perguntas do tipo:  qual a data, quem estava escrevendo, entre outras. E assim deu continuidade ao trabalho explorando esse gênero de texto até que cada aluno conseguiu escrever a própria carta.
Esse ensinamento trouxe a sensação de realização para seus alunos pois estavam aprendendo alguma coisa que realmente tinha sentido em suas vidas, algo realmente de valor, pois através das cartas aprenderam que o mesmo poderia ser escrito na forma de mensagens e assim passariam a ter mais contato com a tecnologia tão exigida atualmente.
Acredito que assim como essa professora, nós como educadores, também devemos buscar métodos diferenciados para atrair os alunos, e nada melhor do que algo relacionado às suas vivências!

Realidade na Sala de aula!


Numa visita dentro de uma sala de aula de EJA, a primeira coisa que pude notar foi que a mesma é infantilizada pelo fato da sala de aula normalmente ser a mesma que de uma sala de aula de alfabetização infantil, com cartazes baseados em cartilhas de “ba bá”. No entanto encontram-se jovens e adultos que muitas vezes acabam por desistir de continuar seus estudos por se sentirem tratados como crianças.
Esse público normalmente já é tratado com menosprezo pelo simples fato de não terem estudado na idade “apropriada”, portanto já se sentem diminuídos perante a sociedade e ainda quando vão em busca do tempo perdido encontram um ambiente não propício a sua realidade de vida.
Fora o próprio ambiente ao seu redor ser assim, ainda o professor acaba por passar conteúdos também infantilizados, o qual para os alunos de EJA acaba por não despertar interesse, pois o que eles querem na verdade é recuperar o que deixaram para trás e é nesse sentido que o professor deve ter a didática de reconhecer isso e passar o que realmente importa para eles. Na verdade a maioria mesmo sendo analfabetos, possuem conhecimento das letras na vida real, diferentemente da criança. Os alunos dessa modalidade já possuem uma vida de trabalho, entre outros exemplos, onde se utilizam de um mundo onde as letras e números são obrigatórios.
 Portanto ao analisar o contexto geral da sala de aula da EJA foi apreendido que em todas as épocas da vida é possível sim aprender e desenvolver conhecimentos mas deve-se ter a consciência de que para cada tipo de aluno o professor deve estabelecer tipos diferentes de aulas.
As finalidades e funções específicas da modalidade de ensino destinada aos jovens e adultos “indicam que em todas as idades e em todas as épocas da vida, é possível se formar, se desenvolver e constituir conhecimentos, habilidades, competências e valores que transcendam os espaços formais da escolaridade e conduzam à realização de si e ao reconhecimento do outro como sujeito” (BRASIL, 2000, p.11). A partir dessa concepção de educação na modalidade EJA, abre-se um novo campo de discussões e reflexões sobre as concepções pedagógicas vigentes na educação brasileira e na formação dos docentes que atuam/atuarão nessa área.