Numa visita dentro de uma sala de aula de EJA, a primeira
coisa que pude notar foi que a mesma é infantilizada pelo fato da sala de aula
normalmente ser a mesma que de uma sala de aula de alfabetização infantil, com
cartazes baseados em cartilhas de “ba bá”. No entanto encontram-se jovens e
adultos que muitas vezes acabam por desistir de continuar seus estudos por se
sentirem tratados como crianças.
Esse público normalmente já é tratado com menosprezo pelo
simples fato de não terem estudado na idade “apropriada”, portanto já se sentem
diminuídos perante a sociedade e ainda quando vão em busca do tempo perdido
encontram um ambiente não propício a sua realidade de vida.
Fora o próprio ambiente ao seu redor ser assim, ainda o
professor acaba por passar conteúdos também infantilizados, o qual para os
alunos de EJA acaba por não despertar interesse, pois o que eles querem na
verdade é recuperar o que deixaram para trás e é nesse sentido que o professor
deve ter a didática de reconhecer isso e passar o que realmente importa para
eles. Na verdade a maioria mesmo sendo analfabetos, possuem conhecimento das
letras na vida real, diferentemente da criança. Os alunos dessa modalidade já
possuem uma vida de trabalho, entre outros exemplos, onde se utilizam de um
mundo onde as letras e números são obrigatórios.
Portanto ao analisar
o contexto geral da sala de aula da EJA foi apreendido que em todas as épocas
da vida é possível sim aprender e desenvolver conhecimentos mas deve-se ter a
consciência de que para cada tipo de aluno o professor deve estabelecer tipos
diferentes de aulas.
As finalidades e funções específicas da modalidade de ensino
destinada aos jovens e adultos “indicam que em todas as idades e em todas as
épocas da vida, é possível se formar, se desenvolver e constituir
conhecimentos, habilidades, competências e valores que transcendam os espaços
formais da escolaridade e conduzam à realização de si e ao reconhecimento do outro
como sujeito” (BRASIL, 2000, p.11). A partir dessa concepção de educação na modalidade
EJA, abre-se um novo campo de discussões e reflexões sobre as concepções
pedagógicas vigentes na educação brasileira e na formação dos docentes que
atuam/atuarão nessa área.
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